Noite estrelada. (Van Gogh.) |
Há centenas de anos, a beleza e a imensidão dos céus,
bem como o brilho dos corpos celestes, atraem o olhar
da humanidade que, até os nossos dias, não se cansa de
observá-los.
Como exemplo disso citamos Vincent Van Gogh, também
conhecido por pintar obras que representam noites
cheias de estrelas ou girassóis em campos banhados
pelo sol.
Como muitos sabem, o artista era um estudioso de
astronomia, e usava seus conhecimentos em suas vigorosas
pinceladas sobre grossas camadas de tinta.
A concepção cromática que oferecia a esses trabalhos era,
até então, desconhecida pelos artistas da época.
Mas muitos foram os povos que ofereceram os seus conhecimentos
para a astronomia e, dentre eles, citamos os
mesopotâmios, os egípcios, os gregos, os maias, os incas
e os índios brasileiros. Todos contribuíram para a formação de uma disciplina, a arqueastronomia, que tem como
um de seus objetivos estudar os conhecimentos astronômicos adquiridos por esses povos.
O físico e astrônomo Germano Bruno Afonso, professor
aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é o
único cientista brasileiro especialista em arqueastronomia.
Segundo Germano, os índios brasileiros tinham e têm
um modo claro de “ler” o céu e podem enxergar, a olho
nu, várias constelações.
Em 1929, a União Astronômica Internacional (IAU)
definiu 88 constelações, conhecidas hoje como as
constelações oficiais. Elas têm a principal função de delimitar
regiões no céu para facilitar a localização dos corpos
celestes.
Ao longo do ano podemos ver diferentes constelações
no céu. Enquanto a Terra gira em torno do Sol, movimento
que se completa em aproximadamente 365 dias, observamos
uma parte diferente do céu, além disso, a Terra
executa o movimento de rotação.
Para cada estação do ano, temos uma constelação símbolo
em nosso hemisfério. Portanto, para o hemisfério sul,
Órion simboliza o verão; Leão, o outono; Escorpião, o inverno;
e Pégaso, a primavera.
Em relação ao brilho, as estrelas são designadas por letras
do alfabeto grego de acordo com a intensidade (alfa,
beta, gama, delta etc.). Em geral, a mais brilhante é a Alfa,
nome da primeira letra do alfabeto grego; a segunda em
brilho é a Beta daquela constelação; a terceira é a Gama,
e assim sucessivamente.
Além de tudo isso, algumas estrelas do céu possuem
nomes próprios. No Brasil, as constelações mais populares
são o Cruzeiro do Sul, constituído por 5 estrelas em forma
de cruz e a Constelação de Órion, ou parte dela, mais conhecida
como Três Marias.
Não existe um método específico para se dar nome
a um astro; o que quase sempre ocorre é buscar alguma
semelhança entre o corpo celeste e uma forma já conhecida
na Terra. Como exemplo, a nebulosa de
Caranguejo.
Nebulosa de caranguejo. |
NASA
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Muitas vezes, o nome vem da mitologia grega, como
Andrômeda, que antes de se tornar galáxia era princesa,
mulher do guerreiro Perseu; entretanto é a União Astronômica
Internacional quem faz a apreciação minuciosa
de todas as escolhas.
Mas, afinal, de que modo tem sido feita a leitura dos céus?
Cinco séculos antes de Cristo, o grego Anaxágoras disse
que o Sol era uma esfera incandescente. Ninguém deu
importância às suas afirmações. O homem só começou a
entender o Sol dois mil anos depois. Em 1610, o italiano
Galileu Galilei afirmou ter visto ao telescópio manchas negras
na superfície solar. Hoje temos conhecimento de que
são áreas da superfície do Sol onde a temperatura é menor,
pela ação das forças magnéticas ali concentradas. No
século XVII, a descoberta de Galileu serviu para se acabar
com as afirmações de que o Sol era perfeito e imutável.
Em 1834, o matemático alemão Carl Gauss teve a ideia
fantástica de usar uma bússola para saber se o Sol tinha
força magnética, como a Terra. No ano seguinte, verificou-se
que não somente existia, como ficava mais forte,
quando o Sol se tornava carregado com as manchas que
deixaram Galileu bastante curioso.
O astrônomo inglês John Herschel, em 1839,
apenas usando um prato com água, mediu, pela primeira
vez, a potência térmica do Sol.
Mas o grande salto da ciência ocorreu em 1814, com a
invenção do espectroscópio — aparelho capaz de decompor
a luz como um prisma. Cada substância, ao ser queimada,
tem uma espécie de assinatura luminosa. O arco-íris
produzido pelo espectroscópio decifra essa assinatura na
forma de uma determinada combinação de cores. Desse
modo se começou a conhecer a composição química do
Sol. Ficou-se sabendo que ele possui os mesmos elementos
existentes na Terra, mas em diferentes proporções.
O espectroscópio abriu caminhos para a grande revolução
da física, neste século.
Referência.
Ético-Sistema de Ensino. Astronomia; A leitura dos céus, técnicas e linguagens. Prova temática 8° ano. 2013.
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