Desconstruindo um mito.

29 de agosto de 2014

A teoria do Big Bang é uma teoria criacionista.

"O modelo do Big Bang lida com um átomo primordial contendo toda a massa do Universo concentrada em um volume próximo de 0. Este átomo primordial representa o exemplo mais extremo de um buraco negro que podemos imaginar. Uma vez que sabemos que nada é emitido de buracos negros, como pôde o átomo primordial expandir-se?" (Marmet, 1991)

               O físico alemão Max Born (1882-1970) nos diz o seguinte a respeito da origem do Universo: "A origem refere-se a nossa capacidade de descrever o estado das coisas em termos de conceitos habituais. Se existiu uma criação do nada, isto não é uma questão científica, mas é matéria de crença e além de qualquer experiência, ou seja, para acreditar na teoria do Big Bang a pessoa tem que acreditar em um Deus que criou tudo a partir do nada, na ciência isso não é possível."
       No universo extremamente primordial, as regiões se expandiram tão velozmente que as regiões daquele foram rapidamente e largamente separadas. Agora, em um dado tempo, um sinal de luz pode viajar até uma certa distância máxima, chamada de distância do horizonte. Por exemplo, depois de um segundo, a luz deveria ter viajado somente um segundo de tempo, para uma distância de horizonte de 300.000 km (velocidade da luz). Já as regiões do Universo foram separadas quase 100 vezes mais esta distância. Como poderiam estas regiões terem evoluído à mesma temperatura quando elas não se comunicavam entre si?  (Zelik, 1993)

Se o Universo está em expansão como muitos cientistas afirmam, então o Universo é finito no espaço, ou seja, ele tem um limite. 




Referência Bibliográfica.




NEVES, M. C. D. Memórias do invisível: uma reflexão sobre a história no ensino de física e a ética da ciência. . Maringá-PR: LCV, 1999. 267p.



15 de agosto de 2014

Cometa Halley. Em 2061 você poderá ver de novo.

Cometa Halley
       
       Há pelo menos 23 séculos o cometa Halley, visitava a Terra periodicamente causando reações de espanto, de susto e temor às pessoas.
    As aparições súbitas e imprevisíveis dos cometas e suas configurações espetaculares como astros com cabeleira e cauda originaram pânico e terror ao homem primitivo.
      Cometa deriva do grego "aster kometes" que significa "astro cabeludo"
     Newton desenvolveu um método geométrico que permitia ajustar o trecho observando trajetórias dos cometas a uma parábola.

 
Edmond Halley
 
 Seu colega Edmond Halley (1656-1742), convencido da veracidade das sugestões de Newton, aplicou o método da parábola ao cômputo das órbitas de 24 cometas que haviam sido observados. Com enorme surpresa, comprovou que os cometas de 1531, 1607 e 1682 (este por ele observado) apresentavam praticamente os mesmo elementos orbitais, configurando trajetórias muito similares, com períodos de 75-76 anos. Tais coincidências surgiriam três aparições de um mesmo cometa, e não três cometas distintos em 1531, 1607 e 1682. Nas suas Memórias, escreveu Edmond Harlley:
"...Tal é o acordo dos elementos desses três cometas que seria bem surpreendente se fossem três cometas que seria bem surpreendente se fossem três cometas distintos, ou então se não se tratasse de três retornos de um mesmo cometa, em uma órbita elíptica muito perto da Terra e do Sol. Portanto, segundo nossa predição, se retornar de fato por volta de 1758, a posteridade recordará que é um inglês que se deve a descoberta."
     A expectativa de retorno do cometa crescia à medida que se aproximava o ano de 1758. O cometa foi avistado por um astrônomo amador de Dresde, Alemanha, no dia de natal de 1758, confirmando a predição de Edmond Halley, que havia falecido há 16 anos! Como não poderia deixar de acontecer, em justa homenagem, o cometa recebeu seu nome. De 1758 em diante ficou conhecido como o Cometa Halley.

       Atualmente os cometas são  visualizados com um núcleo sólido de poucos quilômetros  de diâmetro e constituído por materiais voláteis congelados, poeira e pequenos fragmentos rochosos. Sua cauda é devido a radiação solar e dos ventos solares, que ao se aproximar do Sol ocasiona a liberação de gases, dando origem a cabeleira. Quanto mais próximo do Sol, maior será a cauda do cometa, como se pode observar na representação abaixo. 
Comparação do tamanho da cauda ao se aproximar do Sol.
         Para se ter uma ideia do tamanho da cauda de um cometa; o Grande Cometa de 1843 tem  300 milhões de quilômetros, o dobro da distância Terra-Sol.
          A última vez que o cometa Halley passou pelo planeta Terra foi em 1986, e a próxima  vez que será visível em praticamente toda a Terra será no ano de 2061.
      Obviamente, o conhecimento mais profundo e detalhado da química cometária para a explicação do que são cometas dependerá de estudos in situ (no lugar), só possíveis por meios de sondas espaciais. Em novembro de 2014, a sonda espacial Rosetta pousou no cometa para melhores detalhes.

Órbita do Cometa Halley.

Referência bibliográfica.

Machado, L. E. S. Fernadez, J. A. Ao encontro do Halley. Rio de Janeiro: Guanabara. 1985. 93p.

6 de agosto de 2014

Astronautas da Apollo 14 joga golfe na Lua.

Alan Shepard
Edgar Mitchell


Era fevereiro de 1971, e o comandante da Apollo 14 Alan Shepard, o primeiro americano a chegar ao espaço, estava se preparando para seu segundo dia na Lua. Depois de um rápido café da manhã, Shepard e o piloto do módulo lunar Ed Mitchell desceram a escada para um dia inteiro de exploração da geologia lunar.
Eles eram membros do primeiro grupo que usou um carrinho de duas rodas, o transportador de equipamentos modulares, arrastando-o pela superfície lunar e rapidamente o enchendo de rochas.
A dupla estava exausta por escalar uma cratera e o controle da missão queria que eles voltassem para o módulo. Mas Shepard precisava realizar uma última tarefa.
"Houston (sinônimo de emergência) - disse Shepard, segurando um cabo longo do dispositivo usado para coletar amostras de rocha – vocês podem reconhecer o que eu tenho na minha mão?".
Na sala de controle, todos olhavam para os monitores de vídeo. "O que acontece é que eu tenho um taco número seis de verdade na parte inferior."
Sem ninguém saber, Shepard tinham improvisado um taco de golfe. Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma bola, que deixou cair na poeira e a golpeou. Apesar da onda de poeira, a bola percorreu apenas alguns metros. O resultado alcançado com a segunda bola foi melhor: ela fez até uma curva.
Desde então, muito se fala sobre o alcance da bola: apenas um retorno à Lua esclareceria qual distância realmente a bola percorreu.
O vídeo abaixo mostra Shepard jogando golf na lua.

Referencia bibliográfica. 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140805_improvisos_astronautas_rh_kb.shtml

3 de agosto de 2014

Darwin não acreditava que outrora existiu o PANGEA (Único continente)






Darwin fez um comparativo com as espécies do arquipélago Galápagos com as espécies da América e os resultados comprovam a analogia entre eles, o mesmo comparativo é feito na população do arquipélago de Cabo Verde com os habitantes africanos, obtendo-se o mesmo resultado.
Observando o texto acima, subentende (corretamente) que estas regiões ou espécies são semelhantes devido a uma interligação entre continentes em um tempo remoto, conhecida hoje por “Pangea” (um único continente), tão disseminada nos livros didáticos. Mas Darwin não acreditava nesta possibilidade, como pode se notar no texto abaixo:

 "As populações das ilhas do arquipélago de Cabo Verde tem as mesmas analogias com os habitantes da África, como os habitantes das Galápagos com os tipos americanos... É evidente, pelo contrário – segundo a teoria que defendemos – que as ilhas de Galápagos – quer em consequência de uma antiga ligação com a terra firme (se bem que eu não partilhe esta opinião), quer por meio de transporte casual... Mas as ilhas, embora em frente uma das outras, são separadas por braços de mar muito profundos, geralmente mais largos do que a Marcha, e nada indica que fossem outrora unidos (DARWIN, 2010[1859], p. 291-293). “grifo do autor”
Localização Cabo Verde e o continente africano.


Localização das Ilhas de Galápagos e o continente americano.

Observa-se no texto acima que Darwin não acreditava nas semelhanças nestas regiões provindas de uma possível “união” de todos os continentes (PANGEA). São ensinados em todas as escolas fundamentais e média do Brasil que essas analogias apontadas por Darwin são decorrentes da união de todos os continentes. Ao se separarem devido às placas tectônicas, cada espécie ficou nas regiões correspondentes outrora ligados.
Outro texto extraído do livro “A origem das espécies” mostra que Darwin estava convicto a respeito da não união dos continentes.

Placas tectônicas que separaram os continentes.  
Nenhum geólogo contesta as grandes alterações de nível que se têm produzido durante o período atual, alterações de que os organismos vivos têm sido contemporâneos. Eduardo Forbes insistiu no fato de todas as ilhas do Atlântico deverem ter sido, em época recente, ligadas à Europa ou à África, da mesma forma como a Europa estava ligada à América. Outros sábios têm igualmente lançado pontes hipotéticas sobre todos os oceanos, e ligado quase todas as ilhas a um continente. Se pudesse prestar-se inteira confiança nos argumentos de Forbes, necessário seria admitir que todas as ilhas foram recentemente ligadas a um continente. Esta hipótese corta o nó górdio da dispersão de uma mesma espécie para os pontos mais distantes, e remove muitas dificuldades; mas, tanto quanto o posso julgar, não creio que estejamos autorizados a admitir que houve-se alterações geográficas tão extraordinárias nos limites do período das espécies existentes. Parece-me que temos numerosas provas de grandes oscilações do nível da terra e do mar, mas não alterações bastante consideráveis na posição e na extensão dos nossos continentes para nos dar o direito de admitir que, numa época recente, todos tenham sido ligados entre si assim como às diversas ilhas oceânicas (DARWIN, 2010[1859], p. 268-269)." “grifo do autor”
Darwin acreditava na possível analogia entre lugares tão distantes pelo acaso, por exemplo, encontra-se notório no livro “A origem das espécies” no Capítulo XII “Distribuição geográfica” a partir da página 263 a 297, que os pássaros seriam os agentes responsáveis pelo transporte da vegetação para regiões tão distantes, observa-se tal fato no texto abaixo.

"As aves vivas não podem deixar de ser agentes muito eficazes para o transporte de sementes. Poderia citar um grande número de fatos que provam que as aves de diversas espécies são frequentemente arrastadas pelas tempestades a imensas distâncias no mar. Podemos com toda a segurança admitir que, nestas circunstâncias, devem atingir uma velocidade de vôo cerca de 56 km por hora. (...) Poderia também demonstrar que os cadáveres de aves, flutuando no mar, nem sempre são imediatamente devorados; ora, um grande número de sementes podem conservar por muito tempo a sua vitalidade no papo das aves que flutuam; assim, as ervilhas e as ervilhacas são mortas por alguns dias de imersão em água salgada, mas, com grande surpresa minha, algumas destas sementes, tomadas do papo de um pombo que tinha flutuado em água salgada durante trinta dias, germinaram quase todas (DARWIN, 2010[1859], p. 271)." “grifo do autor”
Conclui-se que para Darwin a semelhança entre a flora em continentes distantes é devido ao transporte de aves e nunca pela união de todos os continentes, as aves ao se alimentarem deixam sementes intactas no papo ou nas vísceras, de forma que quando esta chega à outra região e morre, ou defeca, deixa semente que em contato com o solo germinam.
Para Darwin as aves também fazem essa transferência da vegetação a regiões longínquas, através de suas patas, pois em contato com a lama que contem sementes, estas lamas ao grudarem nas patas dos animais, são carregadas pra qualquer lugar, e brotar em regiões muito distantes, como se pode notar no texto abaixo.


"(...) as numerosas aves que são anualmente arrastadas pelas tempestades a distâncias consideráveis no mar, assim como as que emigram cada ano, os milhões de codornizes que atravessam o Mediterrâneo, por exemplo, devem ocasionalmente transportar algumas sementes escondidas na lama que lhes adere ao bico e às patas... Ora, as aves desta ordem são geralmente grandes viajantes e encontram-se por vezes até nas ilhas mais distantes e mais estéreis, situadas em pleno oceano. É pouco provável que pousem na superfície do mar, de modo que a lama aderente às patas não sofre o risco de ser tirada (DARWIN, 2010[1859], p.263-297)."



Referências bibliográficas.

DARWIN, C. A Origem das Espécies. Porto: Lello & Irmão, tradução de Joaquim da Mesquita Paul. 2003. 572p.

DARWIN, C. A Origem das Espécies. São Paulo: Folha de São Paulo, 1ª Ed, tradução do Eduardo Nunes Fonseca. 2010. 368p.